"Eu finjo estar bem, todo dia finjo sorrisos, e já estou muito boa nesta arte. Hoje peguei meus cadernos coloquei-os dentro da bolsa e fui até ao colégio. Chegando, já dei de cara com
ele. Ele me olhou, e me cumprimentou. E então veio toda aquela
sensação ruim que já conhecia bem. Aquela sensação que só sentia por ele. O meu coração apertou, e então quando cheguei até minha sala, encontrei minhas amigas, que não perceberam nada de diferente em mim. Me sentei e fiquei ali, quieta, uma enorme
confusão acontecendo na minha cabeça. As meninas todas sorridentes, fazendo palhaçadas, tão felizes... E eu não consegui. Hoje não. Foi exatamente aquele tipo de dia que a gente não aguenta mais, nos esforçamos, claro que sim. Mas
o sorriso trava, sabe? Então a aula começou. Não consegui prestar atenção em se quer uma palavra do professor, mesmo eu que sempre fui muito dedicada aos estudos. Na troca de aula, sai da sala e me encostei no murinho. Minha melhor amiga percebeu que eu não estava bem. Ela veio e me abraçou forte, me perguntou o que aconteceu eu senti meus olhos encherem de lágrimas. Eu estava
catastrófica. Não consegui ficar forte. "
Só estou com um pouco de dor", respondi. É claro que ela não acreditou, era só me olhar pra ver que não era uma simples dorzinha. Era uma dor enorme, uma dor interna, um peso na consciência. Não consigo mais me controlar, por um simples garoto que chega na minha vida, me faz de boba e me deixa. Eu achei que amor fosse como sempre li nos meus romances preferidos, mas era pura ilusão achar que essa
coisa chamada amor fosse bom. Vou ter de trocar os gêneros de livros. Os romances já não quero mais, porque eu percebo que só me iludo com meus amores literários. Mas, não importa, eu sei que um dia isso vai passar, sempre passa. Vão vir novas pessoas, novos amores e tudo isso vai acabar. Eu sei que vai."
